Make IA: o que é, como criar agentes e automatizar tudo sem código

Você já deve entender o poder de um agente de IA: um sistema autônomo capaz de executar tarefas, tomar decisões e interagir com o mundo digital para atingir um objetivo.
A pergunta que fica para você é: como EU posso construir um desses? Preciso ser uma pessoa especialista em programação e ter conhecimento profundo de APIs para criar meus próprios agentes automatizados?
A resposta é não.
Ferramentas como a Make surgiram para democratizar a criação de fluxos automatizados e agentes de IA, colocando o poder da automação inteligente nas mãos de qualquer pessoa, independentemente do seu nível técnico.
Este guia foi desenhado para ser seu primeiro contato com a Make.
Vamos explorar o que é essa plataforma, para que ela serve, seus planos, benefícios e, o mais importante, vamos te guiar em um passo a passo prático para você construir sua primeira automação inteligente hoje mesmo.
O que é Make IA?
Make (anteriormente conhecida como Integromat) é uma plataforma visual de automação que permite conectar diferentes aplicativos e serviços online para criar fluxos automatizados.
Pense nela como uma espécie de "cola" digital que faz suas ferramentas conversarem entre si e trabalharem juntas, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
O grande diferencial da Make é sua interface "no-code", totalmente visual e baseada em um sistema de arrastar e soltar.
Você não escreve código; você desenha o fluxo da sua automação, conectando módulos que representam ações em diferentes aplicativos.
E assim, quando falamos em "Make IA", estamos nos referindo à capacidade da plataforma de integrar módulos de inteligência artificial diretamente nesses fluxos.
Isso significa que suas automações podem ir além de simples transferências de dados, podendo tomar decisões, classificar informações, gerar textos e muito mais, transformando um simples fluxo em um verdadeiro agente de IA.


Para que serve a Make?
A Make serve para eliminar tarefas manuais e repetitivas, otimizar processos e aumentar a eficiência operacional em praticamente qualquer área de um negócio ou projeto pessoal.
Ela é a ponte que conecta o mundo das APIs com o usuário final, sem a necessidade de um intermediário técnico.
Com a Make, você pode:
- • Integrar suas ferramentas: Conectar seu CRM (como Pipedrive) ao seu e-mail (Gmail), sua planilha (Google Sheets) ao seu comunicador de equipe (Slack), e milhares de outras combinações.
- • Automatizar fluxos de trabalho: Criar uma regra para que, toda vez que um novo cliente preencher um formulário no seu site, seus dados sejam salvos em uma planilha, um e-mail de boas-vindas seja enviado e uma notificação apareça no Slack.
- • Criar agentes de IA simples: Desenvolver um fluxo que recebe e-mails de clientes, usa um módulo de IA para analisar o sentimento (positivo, negativo, neutro) e direciona o e-mail para o departamento correto.
- • Orquestrar processos complexos: Construir automações com múltiplas etapas, condicionais (se X acontecer, faça Y; senão, faça Z) e ramificações, permitindo uma lógica de negócios robusta.
E aproveitando antes de avançarmos no assunto, não é de hoje que aqui pela Alura falamos da importância que os Agentes de IA vão desempenhar no futuro das carreiras de tecnologia.
No nosso canal do YouTube, inclusive, você encontra uma série de vídeos da imersão de Agentes de IA que rolou por aqui, caso queira se aprofundar ainda mais no tema:
NA PRÁTICA: como criar um AGENTE DE IA no LANGFLOW
Benefícios de usar a Make IA
Ao adotar a Make como uma de suas ferramentas de IA e de automação você traz uma série de vantagens que impulsionam a transformação digital de qualquer projeto ou empresa.
- 1. Democratização da automação: Você não precisa ser um desenvolvedor para criar automações poderosas. Qualquer pessoa com uma compreensão clara do processo que deseja automatizar pode usar a interface visual para construí-lo.
- 2. Economia de tempo e dinheiro: Ao automatizar tarefas que antes consumiam horas de trabalho manual, você libera tempo para focar em atividades estratégicas e de maior valor, aumentando a produtividade e reduzindo custos operacionais.
- 3. Flexibilidade e escalabilidade: Com uma biblioteca de mais de 3.000 aplicativos pré-construídos e a capacidade de se conectar a qualquer API REST, as possibilidades são praticamente ilimitadas. A plataforma cresce com suas necessidades, desde um simples fluxo até a orquestração de sistemas complexos.
- 4. Redução de erros humanos: Processos manuais estão sujeitos a erros de digitação, esquecimento e inconsistências. A automação garante que as tarefas sejam executadas sempre da mesma forma, com precisão e confiabilidade.
- 5. Tomada de decisão inteligente: Ao integrar a IA, seus fluxos podem realizar análise de dados em tempo real, classificar informações e tomar decisões baseadas em critérios que você define, levando à melhoria de processos de forma contínua.
Planos e preços
A Make opera com um modelo de preços "freemium", o que a torna muito acessível para começar.
O faturamento é baseado em "créditos" (anteriormente chamados de "operações").
Cada ação que um módulo executa no seu fluxo (ler um e-mail, adicionar uma linha na planilha, etc.) geralmente consome um crédito.
Aqui está um resumo dos planos:
- • Free ($0/mês): Ideal para começar e testar a plataforma. Oferece 1.000 créditos por mês, permitindo a criação de até 2 fluxos (cenários) ativos.
- • Core (a partir de $9/mês): Voltado para freelancers e projetos individuais. Permite cenários ativos ilimitados e oferece maior flexibilidade, como agendamentos de execução a cada minuto.
- • Pro (a partir de $16/mês): Para profissionais com necessidades crescentes. Inclui recursos como execução prioritária e variáveis personalizadas.
- • Teams (a partir de $29/mês): Focado em pequenas e médias equipes. Adiciona funcionalidades de colaboração, como papéis de equipe e compartilhamento de templates.
- • Enterprise (preço personalizado): Para grandes organizações que precisam de segurança avançada, suporte 24/7 e integrações com aplicativos corporativos.
Importante: Os preços dos planos pagos escalam de acordo com a quantidade de créditos que você precisa por mês, onde é possível inclusive, comprar mais créditos de uso dentro do mesmo ciclo de faturamento.
Como usar a Make: passo a passo
Agora vamos criar um cenário prático do zero.
Nosso objetivo será construir um fluxo que captura novos leads de um formulário do Google Forms, salva as informações no Google Sheets e envia uma notificação personalizada para um canal do Slack.
Passo 1: Crie um novo cenário
Após criar sua conta na Make, você será direcionado para o dashboard. Clique em "Create a new scenario" no canto superior direito. Você verá uma tela em branco com um grande botão de "+". Este é o seu canvas.

Passo 2: Configure o gatilho (Trigger)
Todo cenário começa com um gatilho (trigger), que é o evento que inicia a automação.
- 1. Clique no botão "+" e pesquise por "Google Forms".
- 2. Selecione o módulo "Watch Responses".
- 3. Clique em "Create a webhook" e dê um nome a ele. A Make irá gerar uma URL única. Copie essa URL.
- 4. Agora, vá até o seu Google Form, na aba "Respostas", clique no ícone do Google Sheets para criar uma planilha e, na planilha, vá em "Extensões" > "Apps Script". Cole o código para enviar os dados para a URL do webhook que a Make gerou (há tutoriais detalhados para isso na ajuda da Make). Este passo conecta seu formulário à Make.

Passo 3: Adicione a próxima ação
Agora que o gatilho está configurado, vamos adicionar a ação de salvar os dados na planilha.
- 1. Passe o mouse sobre o módulo do Google Forms e clique no botão "Add another module" que aparece à direita.
- 2. Pesquise por "Google Sheets" e selecione a ação "Add a Row".
- 3. Conecte sua conta do Google. Em seguida, selecione o arquivo da planilha e a página onde os dados devem ser inseridos.
- 4. Agora vem a mágica: nos campos da planilha (Nome, E-mail, etc.), você poderá mapear os dados que vêm do gatilho do Google Forms. Basta clicar no campo e selecionar a variável correspondente do formulário.
Passo 4: Integre com outras ferramentas
Para finalizar, vamos enviar uma notificação no Slack.
- 1. Adicione outro módulo, desta vez pesquisando por "Slack".
- 2. Escolha a ação "Create a Message".
- 3. Conecte sua conta do Slack e escolha o canal para onde a mensagem será enviada.
- 4. No campo de texto da mensagem, você pode criar uma notificação personalizada usando os dados dos módulos anteriores. Por exemplo: "Novo lead capturado! Nome: [Nome do Google Forms], E-mail: [E-mail do Google Forms]."
Pronto! Agora, ative seu cenário no botão no canto inferior esquerdo. Toda vez que alguém preencher o formulário, este fluxo será executado automaticamente.
Aprimorando seus cenários com IA
O que fizemos até agora foi uma automação de tarefas. Para transformá-la em um agente inteligente, precisamos adicionar um cérebro. Imagine que no nosso formulário, temos um campo de "Mensagem".
Queremos que nosso agente analise essa mensagem e, se o lead parecer muito promissor, envie a notificação para um canal “#leads-quentes” no Slack; caso contrário, para o canal “#leads-gerais“.
Para isso, podemos adicionar um módulo de IA:
- 1. Entre os módulos do Google Sheets e do Slack, adicione um novo módulo. Pesquise por "OpenAI (ChatGPT)" ou outra ferramenta de IA de sua preferência.
- 2. Selecione a ação "Create a Completion".
- 3. Configure sua chave de API da OpenAI.
- 4. No campo do prompt, vamos instruir a IA. Mapeie a variável da mensagem do formulário e escreva algo como:
"Analise a seguinte mensagem de um lead: '[Mensagem do Google Forms]'. Com base no texto, classifique o interesse do lead como 'Alto' ou 'Normal'. Responda apenas com uma dessas duas palavras."
- 5. Após o módulo da OpenAI, adicione um "Router" (disponível nas ferramentas da Make). O router cria ramificações no fluxo.
- 6. Crie dois caminhos a partir do router. No primeiro, configure um filtro para continuar apenas se a resposta da OpenAI contiver a palavra "Alto", e direcione a mensagem do Slack para o canal “#leads-quentes” . No segundo caminho, configure um filtro para "Normal" e direcione para o canal “#leads-gerais“.
Com isso, seu fluxo deixou de ser uma simples automação e se tornou um agente que toma decisões.
Estudos de caso: sucesso com a Make
A versatilidade da Make é comprovada por empresas inovadoras ao redor do mundo.
- • GoJob: Uma empresa de recrutamento que usou a Make e IA para automatizar processos, resultando em um aumento de até 50% na receita líquida anual.
- • FranklinCovey: A gigante da consultoria economizou centenas de milhares de dólares e liberou centenas de horas de trabalho de sua equipe ao automatizar fluxos de trabalho internos.
- • #makeitfuture: Uma agência que triplicou sua taxa de resolução de tickets de suporte ao cliente usando um sistema de triagem inteligente construído na Make.
Esses casos mostram que a automação visual não é apenas para tarefas simples, mas uma poderosa alavanca para a melhoria de processos em escala.
Como continuar sua jornada em automação e IA
Você acaba de descobrir o poder da Make, uma plataforma que coloca a automação inteligente ao alcance de todos.
Aprendeu a criar fluxos automatizados e até a transformá-los em agentes simples com a ajuda da IA, tudo isso sem tocar em uma linha de código.
Dominar ferramentas como a Make é um passo fundamental para otimizar seu trabalho e se destacar em um mercado que valoriza a eficiência operacional.
No entanto, para se tornar um profissional que não apenas usa essas ferramentas, mas que também entende os princípios da inteligência artificial que as potencializam, é preciso uma base de conhecimento sólida.
É por isso que a Alura desenvolveu as Carreiras. Em vez de cursos isolados, elas oferecem um caminho estruturado e completo.
Para quem deseja ir além e entender como a IA funciona por baixo dos panos, a Carreira de Engenharia de IA é a jornada ideal, te preparando para construir e implementar soluções que alimentam ferramentas como a Make.
FAQ | Perguntas Frequentes sobre o Make AI
Preciso saber programar para usar a Make?
Não. A grande vantagem da Make é ser uma plataforma "no-code". Você constrói suas automações em uma interface visual, arrastando e conectando módulos que representam ações. Nenhum conhecimento de programação é necessário para começar, embora uma boa noção de lógica ajude a criar fluxos mais complexos e eficientes.
O que são "créditos" e como funciona o plano gratuito?
Na Make, um "crédito" é a unidade de medida para as ações. Cada tarefa que um módulo executa dentro do seu fluxo — como ler um e-mail, adicionar uma linha a uma planilha ou enviar uma mensagem no Slack — geralmente consome um crédito. O plano gratuito é uma ótima maneira de começar, oferecendo 1.000 créditos por mês, o que é suficiente para testar a plataforma e manter algumas automações simples rodando.
Qual a diferença entre uma automação simples e um "agente de IA" na Make?
Uma automação simples executa uma sequência de tarefas predefinidas (se A acontecer, faça B e depois C). Um agente de IA, por sua vez, adiciona um "cérebro" a esse fluxo. Ele usa um módulo de inteligência artificial (como o do ChatGPT) para analisar informações e tomar decisões no meio do processo, podendo seguir caminhos diferentes com base nessa análise (se A acontecer, analise e, dependendo do resultado, faça B ou faça C).
Posso conectar qualquer aplicativo que eu uso na Make?
A Make possui uma biblioteca com mais de 3.000 aplicativos populares com integrações pré-construídas, o que cobre a grande maioria das ferramentas de mercado. Além disso, se um aplicativo que você usa tiver uma API pública, é possível criar uma conexão personalizada, tornando a plataforma extremamente flexível e extensível.
O que é um "cenário" na Make?
Um "cenário" é o nome que a Make dá para um fluxo de trabalho visual que você constrói. Pense nele como a "receita" ou o "mapa" da sua automação. É no cenário que você define o gatilho inicial e conecta todos os módulos que executarão as ações na ordem desejada.
A Make é uma boa ferramenta para iniciantes em automação?
Sim, é uma excelente porta de entrada. Por ser uma plataforma visual, ela torna o conceito de automação e integração de APIs muito mais tangível e fácil de aprender. Enquanto automações simples são fáceis de construir, a criação de agentes mais complexos exige um bom planejamento e pensamento lógico, o que acaba sendo um ótimo exercício para desenvolver habilidades de resolução de problemas.